Em 2020, ano em que completa 30 anos de lançamento, Paris Is Burning ganhará nova versão com cenas inéditas - Divulgação
ORGULHO

Paris is Burning, documentário referência na comunidade LGBTQIA+, será relançado com uma hora de cenas inéditas

Filme sobre a cultura ballroom foi lançado em 1990

Redação Publicado em 19/11/2019, às 08h39

Prester a completar 30 anos do seu lançamento, Paris Is Burning, documentário sobre a cultura ballroom em Nova York, ganhará uma nova versão estendida, com uma hora de cenas inéditas.

Criada pela comunidade LGBTQIA+ e, majoritariamente, de origem afro e latino-americana, a cultura se manifestava na cena underground da cidade estadunidense em desfiles onde os participantes se expressavam artisticamente através da moda e da dança, principalmente, em troca de prêmios e reconhecimento.

Foram nesses desfiles que o vogue, dança estilizada inspirada pelas poses de modelos estampados na revista Vogue, popularizou-se, chamando a atenção, inclusive, de Madonna que, em 1990, lançou a música que levava o nome da dança e, no videoclipe, aparece performando os passos do vogue.

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O documentário foi gravado por mais de sete anos, na década de 1980, e, além de mergulhar na cultura ballroom, também retratava a vida de homens gays, drag queens e mulheres trans lutando contra a pobreza e a opressão de uma sociedade preconceituosa.

O filme mostrava como esses grupos se reuniam em famílias, que eram como times para disputar as modalidades do ballroom, mas também espaços de acolhimento para pessoas que, muitas vezes, nem mesmo tinham famílias de fato. Algumas sobrevivem até hoje e são respeitadas dentro do universo LGBTQIA+, como Xtravaganza, LaBeija e Ninja.

Paris is Burning ainda abordava a prostituição de mulheres trans pela falta de oportunidades em empregos formais e a violência sofrida por elas ao se arriscarem na profissão extremamente marginalizada. Uma das personagens do longa, inclusive, é morta antes do fim das filmagens. A epidemia de AIDS, que fazia muitas vítimas na década de 1980, também tem vez no longa.

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Jennie Livingston, diretora do documentário, durante a divulgação e primeiras exibições da nova versão de Paris Is Burning, afirmou que espera que o relançamento renove o interesse pelo documentário e promova discussões construtivas sobre os assuntos que o filme aborda.

Uma referência até hoje, Paris Is Burning inspirou produções como o reality show RuPaul's Drag Race e a série Pose, que ajudam a manter a cultura viva ao redor do mundo. No Brasil, desde meados de 2016, famílias vêm surgindo e espalhando a cultura por diversas cidades.

É o caso das famílias Zion, uma das percurssoras do movimento em terras brasileiras, Besher e Mutatos, todas de São Paulo; Avalanx, de Campinas; e Alafia, do Rio de Janeiro. Há alguns anos, em Belo Horizonte, Minas Gerais, acontece o BH Vogue Fever, um festival totalmente dedicado à cultura ballroom.

Cultura ballroom, retratada em Paris Is Burning, inspirou a formação de famílias e a organização de disputas no Brasil (House of Zion/Instagram)

 

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A nova versão de Paris Is Burning será lançada em 25 de fevereiro de 2020, na Netflix, nos Estados Unidos. Ainda não há informações se o documentário também estreará no catálogo brasileiro da plataforma de streaming, mas os interessados em conhecer a cultura podem assistir à versão de 1990 do filme, que está disponível no Netflix Brasil.

Assista ao trailer:

 


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