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“Ema” põe fogo na família tradicional ao ritmo do reggaeton | #CineBuzzIndica

Filme estreia nesta quinta-feira (12) nos cinemas

Angelo Cordeiro Publicado em 12/08/2021, às 16h00

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"Ema" põe fogo na família tradicional ao ritmo do reggaeton - Divulgação/Imovision
"Ema" põe fogo na família tradicional ao ritmo do reggaeton - Divulgação/Imovision

O chileno Pablo Larraín ainda não é um nome reconhecido pela maior parte do público do cinema, mesmo com filmes que retratam algumas personalidades históricas bastante celebradas e reconhecidas, como a Jacqueline Kennedy de Natalie Portman, em “Jackie”, e o poeta Pablo Neruda em “Neruda”, o diretor ainda não chegou lá.

Talvez o cenário mude com o lançamento de “Spencer“, cinebiografia da Princesa Diana, que será protagonizada por Kristen Stewart, o nome da atriz, com certeza, deve atrair o público, assim como a figura da Lady Di, até lá, Larraín propõe com seu “Ema” mais um estudo de personagem feminino.

É interessante notar como as narrativas dos dois filmes mais recentes de Larraín exploram a mulher por uma perspectiva que as coloca ao centro da narrativa, sem serem sombras de seus maridos ou esposos. E o mesmo deve se repetir em “Spencer”.

Em “Jackie”, a história se desenvolve a partir do assassinato de John F. Kennedy, em “Ema”, a protagonista (Mariana Di Girolamo) batalha para recuperar a guarda do filho enquanto seu marido (interpretado por Gael Garcia Bernal, de “Tempo“) é apático em grande parte do tempo e a culpa pela perda do menino.

Desde o início, fica evidente que há certa pompa em “Ema”, não na personagem, que também é bastante chamativa com seu cabelo descolorido e seus números insinuantes de reggaeton, e sim no próprio filme, com uma trilha incidental e uma fotografia estilosa que chamam a atenção.

É característica de Larraín dar essa identidade aos seus filmes, as cores, luzes, travellings e toda a mise en scène conversa com seus protagonistas. No caso de Ema, uma jovem em busca de vingança, ela pretende mexer com tudo aquilo que está em seu devido lugar. Portanto, a estrutura da família tradicional será abalada, os ensaios dentro de galpões irão para as ruas, o sexo com o marido infértil será desprezado, etc.

O maior mérito do filme reside em como Larraín faz da personagem Ema um mecanismo anárquico para afligir aqueles sistemas de relações conservadoras, estéreis e desinteressantes. No meio de todo o escopo friamente calculado por ele, e com o qual a personagem não se relaciona, não existe muito pelo qual nós também nos importarmos.

Em suma, “Ema” pode ser resumido como um exercício de vingança de uma personagem que confronta aqueles que ousam prendê-la, questioná-la ou tirar dela o que ela acredita ser responsável. Ema não cabe dentro de si e não quer se encaixar naquele mundo, com isso, por onde passa, ela mexe com tudo e com todos, colocando fogo, literalmente, ao ritmo do reggaeton.