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"Eternos" troca piadas por emoção e é o filme mais humano da Marvel | #CineBuzzIndica

Longa dirigido por Cholé Zhao, vencedora do Oscar por "Nomadland", chega aos cinemas na quinta-feira (4)

Henrique Nascimento | @hc_nascimento Publicado em 30/10/2021, às 11h45 - Atualizado em 12/01/2022, às 10h00

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"Eternos", novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel, chega aos cinemas no dia 4 de novembro - Divulgação/Marvel Studios
"Eternos", novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel, chega aos cinemas no dia 4 de novembro - Divulgação/Marvel Studios

Será que existem super-heróis na vida real? Um dos apelos mais interessantes do cinema é justamente pensar se aquilo que vemos nas telonas não poderia acontecer na nossa realidade, por mais absurdo que possa parecer. Com super-heróis, talvez isso seja até um pouco mais crível. "E se eu for mordido por uma aranha, será que me torno o Homem-Aranha? Ou se eu tiver muito dinheiro, posso construir as armas do Homem de Ferro?" E se...?

O novo longa da Marvel, co-escrito e dirigido pela vencedora do Oscar Chloé Zhao, conta a história dos heróis mais antigos da Terra, nascidos da necessidade de combater um mal capaz de aniquilar toda a vida do planeta: os Deviantes. Após anos enfrentando as criaturas, através do tempo, eles cumprem o seu propósito e aguardam o retorno ao seu lar, o planeta Olympia.

Enquanto esperam, vivem entre os humanos, na surdina, sem interferirem no progresso da Terra, seja para o bem ou para o mal. Alguns deles se isolaram, mas a maioria decidiu viver, criando carreiras, conhecendo pessoas, apaixonando-se, formando famílias. Deuses, mas cada dias mais humanos do que jamais poderiam imaginar. E é justamente essa humanidade que faz de "Eternos" um dos melhores filmes do Universo Cinematográfico da Marvel já feitos até agora.

Um dos pontos principais, certamente, é a diversidade apresentada nas telas, em um nível ainda não explorado pelo estúdio: além de "Pantera Negra" (2018), com um elenco formado majoritariamente por pessoas negras; ou "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" (2021), sobre o primeiro herói asiático da franquia; "Eternos" leva a diversidade a outro nível, apresentando o elenco mais diversificado da Marvel até agora.

Há Salma Hayek, uma mulher latina de 55 anos, nascida no México; Gemma Chan, descendente de asiáticos, e Ma Dong-seok, nascido na Coreia do Sul; Kumail Nanjiani, de origem paquistanesa; Brian Tyree Henry, homem negro e gordo, cujo personagem, Phastos, é gay e casado com um árabe; e Lauren Ridloff, atriz surda, interpretando Makkari, a primeira heroína com a deficiência na franquia. Só isso vale o ingresso? Sim e não. Diversidade sem representatividade de nada adianta. Felizmente, "Eternos" tem os dois.

O cinema e a realidade se confundem muito mais facilmente quando nos vemos nas telonas, então isso já é um ponto positivo de "Eternos". Não temos mais apenas heróis perfeitos: fortes, indestrutíveis, quase sem sentimentos, motivados por um objetivo maior que tudo e todos. Os novos personagens são imperfeitos, apesar de terem nascido para a perfeição.

Ao longo dos milhares de anos que passaram na Terra, absorveram naturalmente características humanas, que os tornaram frágeis, problemáticos, compassivos, empáticos e, especialmente, capazes de amar. Conforme o filme avança e a história se desenrola, nós vemos como tudo isso é muito importante.

E, é claro, isso não se deve particularmente à diversidade do filme - inclusive, o romance entre Sersi (Gemma Chan) e Ikaris (Richard Madden) é outro ponto alto (e belíssimo) da produção -, mas à construção desses personagens, que embora não tenham tanto tempo para serem devidamente explorados no longa, conseguem transmitir exatamente o porquê de a sua missão - ou melhor, o fim dela - é tão importante para eles.

"Eternos" também difere dos demais filmes da Marvel por ser mais "simples" que os que vimos anteriormente. As cenas fantásticas e deslumbrantes vistas no trailer da produção são basicamente o que você encontrará no longa, já que o foco é outro.

Chloé Zhao - cujo último filme, "Nomadland" (2020), foi justamente o que a levou a ganhar o Oscar, tanto de Melhor Diretora quanto de Melhor Filme na premiação deste ano - não depende apenas de cenas de ação ou efeitos especiais incríveis para contar a história. Tudo está lá, como não poderia faltar, mas não é só isso. É um filme sobre seus personagens e a dura missão a qual foram destinados, e a cineasta conta essa história com sucesso.

E, se você ainda tem dúvida da qualidade do filme, já que críticos ao redor do mundo vêm detonando "Eternos", colocando-o como o filme com menor aprovação do Universo Cinemtográfico da Marvel no Rotten Tomatoes, por exemplo, não se preocupe: ainda tem algumas piadinhas aqui e acolá para alegrar o fã raiz da Marvel.

"Eternos" chega ao Disney+ nesta quarta-feira (12) e ainda conta com Angelina Jolie ("Malévola"), Kit Harington ("Game of Thrones"), Lia McHugh ("Isolados: Medo Invisível"), Haaz Sleiman ("Jack Ryan") e o novato Esai Daniel Cross no elenco. Assista ao trailer: