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"Os Banshees de Inisherin" e os desconfortáveis estágios da solidão | #CineBuzzIndica

Com nove indicações ao Oscar 2023, o filme chega aos cinemas nesta quinta-feira (02)

FERNANDA AZEVEDO | @fenovello Publicado em 02/02/2023, às 15h00 - Atualizado às 16h00

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"Os Banshee de Inisherin" e os desconfortáveis estágios da solidão - Reprodução: 20th Century Studios Brasil
"Os Banshee de Inisherin" e os desconfortáveis estágios da solidão - Reprodução: 20th Century Studios Brasil

Imagine acordar um dia e seu melhor amigo dizer que não quer mais sua amizade, nem sequer ouvir a sua voz, sem maiores explicações. Essa é a premissa em que o público é jogado em "Os Banshees de Inisherin", filme dirigido por Martin McDonagh ("Três Anúncios Para um Crime"), que estreia nesta quinta-feira (02).

O longa que recebeu nove indicações ao Oscar 2023, simboliza o reencontro do diretor com Colin Farrell ("Batman") e Brendan Gleeson ("O Guarda"). O trio que anteriormente trabalhou junto no excelente "Na Mira do Chefe" (2008), volta a unir forças nessa trágica e, às vezes, cômica história.

No longa, Farell e Gleeson interpretam, respectivamente, Pádraic Súilleabháin e Colm Doherty, dois moradores de uma pacata ilha na Irlanda, que se veêm diante de um impasse: Pádraic quer entender os motivos por trás da decisão e lutar pela amizade, enquanto Colm quer acabar com qualquer elo existente entre eles.

os banshees de inishiren
Reprodução: 20th Century Studios Brasil

A confusão que assola Pádraic (Farrell), também chega ao espectador, que se vê em meio a uma briga de amigos sem compreender nenhum dos lados. Inicialmente parece ser algo sem nexo, mas que ao decorrer da história ganha outro significado. O que antes parecia uma simples desavença se torna o estopim para uma tocante análise sobre a solidão e seus desconfortáveis estágios.

Situado no início do século 20, durante a Guerra Civil Irlandesa, a direção Martin McDonagh se aproveita dos cenários búcólicos e do contexto histórico para mostrar o isolamento deste vilarejo com o restante do mundo. A partir disso, consegue se perceber as inúmeras camadas de uma história que não é sobre uma amizade desfeita, mas sim sobre pessoas que começam a ter conhecimento da banalidade e alienação em que vivem, fazendo com que estes tomem decisões drasticas. 

O primeiro a acordar deste "feitiço" é Colm (Gleeson), sua repentina decisão vem justificada por um desejo de deixar sua marca no mundo. Fazendo uso das intermináveis horas, para compor uma música e quem sabe deixar algum legado. Em contraponto temos Pádraic, um homem simples e, até mesmo ingênuo, que mostra contente com a vida que possui. O embate entre ambos os personagens e suas diferentes percepções de tempo e espaço, incendeia ainda mais a nossa curiosidade, mostrando o brilho dos atores na entrega de cada fala.

Enquanto Colm se encontra cada vez mais desesperado por essa busca de não ser um mero alguém. Pádraic vive outra desconstrução bastante dolorosa ao longo da trama. A perda da sua inocência e a concientização do vazio em que vive, é algo que machuca e é transmitido muito bem por Farell, que se entrega ao roteiro e mostra momentos de desamparo e vulnerabilidade que emocionam. 

os banshees de inishiren
Reprodução: 20th Century Studios Brasil

Essa mudança não é apenas sentida pelos dois protagonistas, mas também por outros moradores da ilha, e é nesse momento que compreende-se o título do filme. Banshee, segundo o folclore irlândes seria um espírito feminino, responsável por anunciar a morte de um indivíduo. Entretanto, essa figura toma outra forma: a própria solidão.

Não iremos ver uma mulher de longos cabelos vermelhos e cujos olhos são vermelhos e inchados em razão de um choro contínuo. Não, aqui o próprio sentimento é o catalizador desse anúncio. Tamanha sensação pode ser igualmente vista atráves de Siobhán (Kerry Condon), irmã de Pádriac, que tem já um vislumbre da realidade e se vê num impasse de sucumbir a ela, ou mudar seu destino. O mesmo pode ser dito Dominic (Kerry Keoghan), o do "bobo do vilarejo" que se afoga, literalmente, nessa sufocante melancólia.

São esses pontos que faz de "Os Banshees de Inisherin" um filme difícil de se digerir quando acaba de se assisti-lo, pois talvez faça o espectador perceber que essa batalha entre Colm e Pádraic exista internamente em cada um de nós.

"Os Banshees de Inisherin" estreia nesta quarta-feira (02) nos cinemas brasileiros.


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