Atrizes japonesas assinaram artigo acusando diretor de práticas predatórias
ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 05/04/2022, às 12h03
Sion Sono, diretor japonês de filmes cultuados como "Love Exposure" e "Cold Fish", foi acusado de assédio sexual em um artigo assinado por diversas atrizes. A informação é da Variety.
As declarações foram feitas anonimamente pelas mulheres que apontam um comportamento predatório por parte do artista. De acordo com o artigo, publicado pelo site japonês Shukan Josei PRIME, Sono assediava principalmente as atrizes protagonistas de seus filmes.
Na terça-feira, Sono respondeu às alegações via uma declaração de sua empresa. "A quem possa interessar. Muito obrigado por seu apoio contínuo. Pedimos sinceras desculpas por qualquer inconveniente e preocupação que isso possa ter causado a todas as partes envolvidas. Faremos um novo anúncio depois de esclarecer os fatos.”
O próximo workshop do diretor foi cancelado em virtude da acusação.
No mesmo dia da publicação, Milla Araki, que se identificou como “ex-atriz” e “vítima sexual no mundo do entretenimento japonês”, usou o Twitter para acusar Sono. Ela forneceu poucos detalhes, mas disse que em 19 de março ligou para o diretor para ver se ele “concordaria em cooperar no apoio às vítimas de abuso sexual”. "É claro que ele disse: 'Isso é impossível para mim'", relatou ela.
A indústria japonesa de cinema e de TV há muito tempo convive com histórias de abuso sexual e abuso de poder por figuras importantes, mas poucas delas vêm à tona de forma pública. O movimento #MeToo que ganhou força após o escândalo de Harvey Weinstein não se enraizou no Japão, embora alguns incidentes estejam vindo à tona.
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