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Cinema / VEM AÍ!

"Pureza" mostra a história real de mulher que inspirou combate ao trabalho escravo no Brasil

Filme de Renato Barbieri estrelado por Dira Paes estreia nos cinemas em 19 de maio

ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 28/04/2022, às 12h28

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"Pureza" mostra a história real de mulher que inspirou combate ao trabalho escravo no Brasil - Divulgação/Downtown Filmes
"Pureza" mostra a história real de mulher que inspirou combate ao trabalho escravo no Brasil - Divulgação/Downtown Filmes

Inspirado na história real de Pureza Lopes Loyola, cuja luta inspirou a criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, "Pureza" mostra a primeira ação na história do Brasil destinada a combater o trabalho escravo em todo o território nacional.

Dira Paes ("Divino Amor") vive a protagonista Dona Pureza, uma mulher que mora no interior do Maranhão, onde trabalha fabricando tijolos ao lado de seu filho Abel (Matheus Abreu). Em busca de uma vida melhor, o rapaz decide tentar a sorte nos garimpos da Amazônia.

Após meses sem notícias do filho, Pureza inicia uma jornada incansável para descobrir o seu paradeiro. Na busca por Abel, Pureza descobre um cruel sistema de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais. Ela testemunha o tratamento brutal dispensado aos trabalhadores.

Com muita coragem, ela consegue escapar da fazenda e decide denunciar os fatos às autoridades Federais. Sem credibilidade, e lutando contra um sistema forte e perverso, Pureza retorna à fazenda para registrar provas e pressionar o governo – sem nunca perder de vista a busca por seu filho Abel.

Dirigido por Renato Barbieri ("Cora Coralina: Todas as Vidas"), "Pureza" passou por diversos festivais internacionais no Panamá, Itália, Estados Unidos e estreia nos cinemas nacionais em 19 de maio. Barbieri falou sobre a importância do filme: 

"'Pureza' tem o potencial de atuar de uma forma preventiva sobre essa situação. Quando um trabalhador comum vê este filme, ele entende a mecânica do trabalho escravo, como acontece o aliciamento, por que seus documentos são confiscados.", ressaltou.

"Faremos muitas sessões em regiões vulneráveis para aumentar a consciência do país sobre esse problema. É necessário abrir os olhos e o coração da sociedade brasileira para o trabalho escravo. Precisamos virar essa página da nossa História." concluiu.

Questionada sobre onde quer que o filme chegue, Dira Paes foi enfática: "As pessoas devem ver o filme porque esta é uma trajetória singular. É uma história que se repete todo dia no Brasil."

"A história da Pureza inspirou que as legislações trabalhistas fossem revistas, e que um Grupo de Vigilância Móvel fosse finalmente criado contra o trabalho escravo contemporâneo. É um marco histórico que ela tenha sido reconhecida pelo Nobel dos direitos humanos, o Anti-Slavery Award. É preciso continuar. Precisamos ter exemplos de pessoas como ela, que foram além do que pensaram que poderiam ir.", afirmou a atriz.

Dira e Renato conheceram Pureza Loyola pessoalmente e falaram como foi o encontro com a mulher que inspirou o filme. 

"Liguei pra ela em Bacabal, no coração do Maranhão, e disse que queria fazer um filme sobre a jornada dela em busca do Abel. Ela pensou e me respondeu: 'Agora entendi o que o pastor falou pra mim num transe na semana passada. Ele me disse que os olhos do mundo iam me ver. Entendi o que são os olhos do mundo: é o cinema'.", contou Renato.

"Ela é maravilhosa, tem conclusões de uma grande sabedoria. Dona Pureza me fez entender que a inteligência é um atributo da vida; não é uma exclusividade humana.", disse o diretor.

"Ela já foi falando como se me conhecesse, sem formalidades. Já fez alguma cobrança bem-humorada pro Renato, já estava em alguma negociação com ele sobre o filme (risos). Me deu um abraço cheio de sorriso. É uma mulher veloz, que fala, gesticula muito. Pensei: também não posso retratá-la exatamente assim no cinema, vão achar que eu estou exagerando (risos).", brincou Dira.

"Ela me mostrou muitas fotografias e entrevistas que deu na época. E me contou uma história muito marcante na vida dela, que não está no filme: o encontro dela com a onça. Transcrevi tudo isso pro papel, e isso virou o discurso dela no filme.", concluiu a atriz.


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