O filme têm gerado inúmera polêmicas, dentre elas misturar fatos fictícios e reais em sua narrativa
FERNANDA AZEVEDO | @fenovello Publicado em 05/10/2022, às 15h00
"Blonde", filme da Netflix, estrelado por Ana de Armas ("Agente Oculto"), vem causando polêmicas desde sua estreia. O fato da produção ser baseada em um livro que possui uma visão ficcional sobre a vida do ícone fez com que as pessoas questionassem o que realmente aconteceu com os personagens ali retratados, dentre elas Gladys Pearl Baker, mãe de de Marilyn Monroe ("Os Homens Preferem as Loiras").
A produção em seu primeiro ato retrata a infância de Marilyn Monroe com sua mãe. Nele vemos como a atriz teve uma juventude complicada, sendo sua mãe retratada como uma pessoa instável.
O filme conta momentos pertubadores de sua infância como, por exemplo, quando Gladys tenta afogar Monroe em uma banheira, ou quando está dirige um carro, com a jovem dentro, bem no meio de um incêndio florestal. No entanto, é preciso esclarecer que existem diferenças entre a Gladys do filme e da vida real.
É verdade que a mãe da atriz tinha uma saúde mental instável, tendo sido diagnosticada com esquizofrênia. Contudo, "Blonde" toma a perigosa decisão de criar situações entre Norma Jeane (nome verdadeiro de Marilyn Monroe) e sua mãe, uma vez que, não há evidências, testemunhas ou informações de que está tenha levado a atriz em direção a um incêndio ou tentado afogá-la.
Na vida real, Norma Jeane era a terceira filha de Gladys Pearl Baker e ao longo da juventude da atriz, os problemas de saúde mental de sua mãe pioraram, levando Marilyn a ser colocada em um orfanato. Após um violento colapso nervoso, Baker ficou internada por vários anos. O quadro instável de sua mãe levou Marilyn Monroe dizer ao público que ela era órfã, apesar de sua mãe ainda estar viva e a identidade de seu pai ser desconhecida. Eventualmente, um colunista de fofocas descobriu que Baker estava realmente viva e que Monroe não era órfã. Quando a notícia do verdadeiro passado da atriz foi divulgada, Baker sofreu outro colapso nervoso e foi internada novamente em uma instuição psiquiátrica. É importante esclarecer, no entanto, que a atriz sempre continuo ajudar financeiramente sua mãe dando-lhe uma mesada mensal e após a sua morte deixou-lhe um fundo fiduciário de cem mil dólares.
O retrato de Gladys Pearl Baker no longa deixa de lado grandes aspectos de sua vida. Essas mudanças não se limitam apenas ao relacionamento de Monroe com sua mãe. O filme e o romance são baseados em alterar, embelezar ou fabricar aspectos da vida da atriz em torno de seus relacionamentos, gravidez e dificuldades.
O próprio diretor, Andrew Dominik ("O Assassinato de Jesse James'), disse que "Blonde" não é uma produção precisa ao afirmar que "é tudo ficção de qualquer maneira, na minha opinião”, uma fala perigosa por estarmos diante de um filme que mistura eventos reais e fictícios.
A obra é baseada no livro homônimo escrito por Joyce Carol Oates, e é uma especulação da vida de Norma Jeane Mortenson (Ana de Armas) até se tornar uma sex symbol, atriz e modelo Marylin Monroe, na década de 1950 e 60. Uma história reimaginada da vida privada da estrela.
O filme é um retrato fictício da vida dela, contado através das lentes modernas da cultura das celebridades. Oates disse que viu um corte e chamou o longa de “surpreendente, brilhante” e “muito perturbador”. Dizendo que é “uma interpretação totalmente feminista”.
Para completar o elenco da cinebiografia, juntaram-se ao lado de Ana de Armas, Bobby Cannavale como Joe DiMaggio, o segundo marido da atriz; Xavier Samuel, como Charlie Chaplin Jr.; Evan Williams como Edward G. Robinson; e Adrien Brody, no papel de Arthur Miller, terceiro e último marido da estrela. Sara Paxton ("Aquamarine") completa o elenco como a Sra. Flynn, a governanta da casa de Marilyn e responsável por encontrar seu corpo quase sem vida no quarto.
Após um adiamento, "Blonde" chegou ao catálogo da Netflix no dia 28 de setembro.
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