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Famosos / Entrevista

Fernanda Montenegro critica o governo por crise na cultura

Em entrevista sobre sua autobiografia, a atriz defende o fim da reeleição

Redação Publicado em 20/09/2019, às 11h19

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Fernanda Montenegro - Reprodução/Instagram
Fernanda Montenegro - Reprodução/Instagram

Fernanda Montenegro acaba de lançar sua autobiografia, intitulada Prólogo, Ato, Epílogo, pela editora Companhia das Letras. No livro, ela percorre seus 70 anos de palco e revela suas memórias.

Em uma entrevista para o jornal O Estado de São Paulo, a atriz afirmou que a obra se trata de uma "viagem com muitos colegas, com muitas crises políticas, com muitas linguagens cênicas, com muita coragem de sobrevivência e resistência".

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No livro, além de questões políticas, Fernanda fala sobre seus trabalhos no cinema e a indicação ao Oscar, em 1999, pela sua atuação no filme Central do Brasil.

Ela aproveitou para falar um pouco sobre o o lhar que tem sobre a situação política atual do Brasil e as relações do governo com a cultura.

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"Há uma mentalidade de censura moral. Estamos nos transformando em um país conduzido por uma visão religiosa e quem não apoiar não terá nada. E a cultura tornou-se o primeiro item a ser revisto e, se possível, exterminada. A arte é demoníaca, e nós, artistas, somos o instrumento do demônio".

Fernanda apontou, como uma das causas dessa situação, a estrutura de um sistema político nacional que prevê a reeleição em cargos públicos. "O período militar durou 20 anos e foi marcado por mudanças no comando, mas o sistema era o mesmo, o que parecia com uma reeleição", explicou.

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"Agora, com essa possibilidade prevista em lei, cada político que ganha uma eleição vê uma chance de manter seu partido no poder por 20 anos, o mesmo período da ditadura militar. Herdamos uma deformação política".