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Música / FESTIVAL

Novata no Rock In Rio, banda Lupa faz reinvenção do rock: "A gente anda seminu, pintado de rosa e falando de amor"

Em entrevista à Exitoína Brasil, o vocalista Múcio Botelho falou sobre a ansiedade de tocar no festival e ressaltou o lado amoroso da banda

Saulo Tafarelo Publicado em 26/09/2019, às 18h00

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Múcio (no centro) e os integrantes da banda Lupa - Talita Alencar
Múcio (no centro) e os integrantes da banda Lupa - Talita Alencar

“É um sonho desde sempre, é surreal que isto esteja acontecendo’’. É assim que Múcio Botelho, o fundador e vocalista da banda Lupa, fala sobre a oportunidade de subir aos palcos do Rock In Rio, um dos maiores festivais do mundo e objeto de desejo de muita gente grande.

Antes desse momento, há quatro anos, cinco jovens de Brasília se juntaram para dar início a mais um sonho: formar uma banda de rock alternativo puramente brasileira. 

Já com um álbum de estúdio gravado, o Lupercália(2018), o grupo cresceu rapidamente e conquistou um público fiel e engajado ao tocar em festivais ao redor do país, animando a todos com suas letras destemidas, que muitas vezes não tem pudor e são despidas de preconceitos. 

Agora, no dia 3 de outubro, o estreante palco Supernova recebe os vocais e a energia de Múcio, fundador-vocalista e que correu atrás de todos os outros integrantes para formar o grupo. Junto dele, João ‘’Junin’’ fica na bateria, Moya no baixo, Victor na guitarra e Dezis fica responsável pelo teclado. 

Novidade no Rock In Rio, o palco Supernova recebe, além da Lupa, outras 34 atrações em uma área elevada e com vista privilegiada do evento. 

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“Liguei para o João chorando’’, desabafa Múcio sobre o momento em que soube que tocaria no festival. “Desde lá, a gente não consegue mais parar, a gente só fica gritando e cantando a música do Rock In Rio’’, completa animado. 

A importância de estar no mesmo espaço onde muita gente grande já esteve, como a banda Queen e Bruce Springsteen, é inenarrável para Múcio. “Qualquer pessoa que já segurou uma guitarra ou tentou escrever uma música um dia se imaginou tocando no Rock In Rio’’, diz. 

Quanto ao trabalho da banda, os integrantes sonhavam alto com a possibilidade de um dia isso vir a ser real. ‘’A gente cogitava algo assim daqui a 30 anos e uma possibilidade não realística. Isso está acontecendo agora, com essa rapidez e é fantástico. É o maior certificado de que estamos fazendo as coisas do jeito certo, que é com o coração e não com a cabeça’’, afirma. 

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Se depender do músico, o lado racional fica de fora de sua vida artística e o lado do coração entra para ficar, ao falar de um jeito emocionado, quase que chorando. “A gente vai fazer o que é verdade pra gente porque é isso que se comunica com as pessoas.’’

Estilo próprio

Diferentemente do senso comum, Múcio rebate e diz que a banda foge dos padrões engessados. ‘’A gente é uma banda que está por aí andando seminu, pintado de rosa e falando de amor. O rock se reinventa e as pessoas se identificam com isso’’, complementa. 

As letras apaixonadas podem ser vistas até como punk e ganham um significado mais acentuado nos tempos políticos do Brasil atual. “Falar de amor hoje em dia é um ato de coragem. A gente está num tempo em que tudo que é proposto é destruição’’, opina.

No festival, eles prometem tocar seus maiores sucessos até agora, como Oi :) e E Se Não Der Pra Esperar?, ambos singles lançados neste ano, e também faixas do primeiro álbum de estúdio da banda, a exemplo de Justo Eu e Lunático.

O último lançamento da banda foi o single Bixinho, liberado no fim de agosto, e que estará presente em um trabalho inédito que será divulgado logo após o Rock In Rio. Assim, a banda produz novos materiais e não para de crescer, acumulando mais de 1,5 milhão de plays nas plataformas digitais.

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E eles não estão sozinhos. Outras bandas brasileiras de rock e com veias mais alternativas parecem ser uma rede de apoio e de admiração para Múcio e a banda, como Maglore, Plutão Já Foi Planeta Vivendo do Ócio. “O rock alternativo nunca morreu, nunca desapareceu. Ele só estava ocupando outros lugares. E agora os festivais maiores estão voltando a olhar para produção do Brasil, porque tem tanta gente fazendo coisa incrível por aqui’’, desabafa.