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News / CASO MARI FERRER

Record informa demissão de Rodrigo Constantino após comentário sobre estupro

Emissora informou o desligamento do jornalista em comunicado divulgado à imprensa nesta quinta (5)

Redação Publicado em 05/11/2020, às 13h38

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Rodrigo Constantino foi demitido do Grupo Record após comentário sobre o Caso Mari Ferrer - Reprodução/Instagram
Rodrigo Constantino foi demitido do Grupo Record após comentário sobre o Caso Mari Ferrer - Reprodução/Instagram

O Grupo Record informou, através de comunicado enviado à imprensa na manhã desta quinta-feira (5), ter demitido o jornalista Rodrigo Constantino, que atuava no portal R7 e na Record News, após comentário sobre o caso de Mariana Ferrer durante uma live independente em suas redes sociais.

Ao abordar o assunto, Constantino afirmou: "Se minha filha chegar em casa, isola [batendo na madeira]... Mas se a minha filha chegar em casa - e eu dou boa educação para que isso não aconteça, mas a gente nunca controla tudo -, se ela chegar em casa um dia dizendo: ‘Pai, fui para uma festinha, ah, fui estuprada’. [Eu perguntaria]: ‘Me dá as circunstâncias’. ‘Ah, fui para uma festinha, eu e três amigas, tinha 18 homens, nós bebemos muito e eu estava ficando com dois caras, e eu acabei dormindo lá e eu fui abusada'".

“Ela vai ficar de castigo feio e eu não vou denunciar um cara desses para a polícia”, disse. “É um comportamento absolutamente condenável. Só que a gente não pode mais falar essas coisas hoje em dia. Que existe mulher decente também ou piranha. Porque eu acabei de falar que o homem que faz uma coisa dessas não é decente, mas não existe também a ideia de mulher decente? As feministas querem que não. Por quê? Porque feminista é tudo recalcada, ressentida e normalmente mocreia, vadia, odeia homem, odeia união estável, casamento... odeia tudo isso", ainda disse.

Influencer, Mariana Ferrer denunciou o empresário André de Camargo Aranha por supostamente tê-la estuprado durante uma festa em Florianópolis em 2018. Nesta semana, a absolvição do acusado, por falta de provas, gerou revolta. Segundo o promotor do caso, o empresário não poderia saber, durante o ato sexual, que Mariana Ferrer não estava em condições de consentir a relação, afirmando que não havia a “intenção” de estuprar a modelo.

+ Leia mais: Anitta, Rafa Kalimann e Tatá Werneck pedem justiça por Mari Ferrer

A cantora Anitta não ficou feliz com o comentário do jornalista e, no Instagram, comentou: "Coitada da sua filha e de você, que nunca vai saber quem são seus filhos de verdade, porque nunca que vão compartilhar a vida deles com um ser vivo desses", disse a funkeira. Com a repercussão do comentário, Constantino foi ao seu perfil no Twitter afirmar ter sido demitido da rádio Jovem Pan:

“Vocês venceram uma batalha, parabéns! A pressão foi tão grande sobre a Jovem Pan, distorcendo a minha fala, que não resistiram. Não os culpo. É do jogo. Quem me conhece e quem viu de fato sabe que eu jamais faria apologia ao estupro! Mas desde já estou fora da Jovem Pan”, escreveu. 

No comunicado da Record, após também demitir o jornalista, a empresa afirmou: "A decisão foi tomada em virtude das posições que o profissional assumiu publicamente sobre violência contra a mulher, em canais que não têm nenhuma vinculação com nossas plataformas".

"Apesar de ter garantias de liberdade editorial e de opinião, julgamos que o posicionamento adotado por Constantino não compactuou com o nosso princípio de não aceitar nenhum tipo de agressão, violência, abuso, discriminação por questões de gênero raça, religião ou condição econômica", ainda diz a nota.

Leia a nota na íntegra divulgada pelo Grupo Record:

"O Grupo Record vem a público informar que dispensou o jornalista Rodrigo Constantino de suas funções no portal R7 e na Record News.

A decisão foi tomada em virtude das posições que o profissional assumiu publicamente sobre violência contra a mulher, em canais que não têm nenhuma vinculação com nossas plataformas.

O jornalismo dos veículos do Grupo Record tem acompanhado com muita atenção o caso de Mariana Ferrer e o Grupo não poderia, neste momento, deixar qualquer dúvida de que justiça não se faz responsabilizando ou acusando aqueles que foram vítimas de um crime.

Apesar de ter garantias de liberdade editorial e de opinião, julgamos que o posicionamento adotado por Constantino não compactuou com o nosso princípio de não aceitar nenhum tipo de agressão, violência, abuso, discriminação por questões de gênero, raça, religião ou condição econômica.

Este é o compromisso do jornalismo do Grupo Record".