A autora ainda falou sua sobre sua indignação pela forma como o caso foi tratado na época e falou sobre condição para realizar o documentário
Thamyris Couto| @thamy_couto Publicado em 22/07/2022, às 11h15 - Atualizado em 26/07/2022, às 11h45
"Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez" chegou à HBO Max na última quinta-feira (21) e, em episódios lançados semanalmente, pretende elucidar um dos crimes mais chocantes da história brasileira. Em 28 de dezembro de 1992, Guilherme de Pádua, colega de elenco de Daniella Perezna novela "De Corpo e Alma", emboscou a atriz e, com a ajuda da então esposa, Paula Nogueira Thomaz, matou a intérprete de Yasmin no folhetim com diversas punhaladas, antes de abandonar o corpo em um matagal na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Em uma entrevista recente à Folha de S. Paulo, a mãe de Daniella, a autora Glória Perez relembrou como investigou por conta própria o desaparecimento da filha e depois sua morte prematura. Além disso, ela contou como participou ativamente das buscas, rastreando testemunhas e indo atrás de possíveis evidências que pudessem agregar às investigações da polícia.
"Eles [produtores do documentário] realmente foram muito atenciosos e fizeram uma proposta que foi o que eu realmente quis: contar a verdade, contar o que está nos autos do processo", ressaltou Glória. "Eu sabia que ela jamais iria para aquele lugar [o matagal na Barra da Tijuca] sozinha. E eu tinha que ir atrás daqueas pessoas que tinham visto o que realmente tinha acontecudo, porque se a mãe não vai, quem é que vai?", continuou.
Na época, um frentista disse ter visto Daniella ser agredida por Guilherme e colocada dentro de um carro, aparentemente desmaiada, perto de onde gravavam a novela das 21h. Mas, após a declaração, nem o homem ou sua família quiseram conversar com Glória. Foi quando ela decidiu colocar uma foto de como o corpo de Daniella foi encontrado, embaixo da porta deles.
"Eu tirei forças da minha filha [para fazer isso]. Não ddava para deixar ela ser achincalhada daquela maneira, pintarem uma pessoa que ela nunca foi. Voce mora num país em que se a mãe não arregaça as mangas e vai atrás, muita coisa não acontece", explicou a autora.
Por fim, Glória destacou sua indignação pela forma como o caso foi tratado pela imprensa, descrevendo como "sensacionalista", especialmente por darem espaço a Guilherme de Pádua e Paula Thomaz - cúmplice do crime - contarem "todas as versões possíveis e inimagináveis".
"Não é justo que ela tenha sido assassinad de maneira brutal que foi e ainda tenha sido descrita através das palavras de um assassino como uma pessoa louca, fora de sí. Quem morreu só produz lágrimas das suas família e das pessoas que a amaram. Eu vi isso. Eu vi minha filha despessoalizada", ressaltou.
"Pacto Brutal" mostrará detalhes da tragédia que chocou o Brasil em 1992, quando Daniella Perez foi assassinada por Guilherme de Pádua, aos 22 anos. Ao todo, a produção terá cinco episódios dirigidos por Tatiana Issa e Guto Barra e os dois primeiros já estão disponíveis no catálogo da plataforma de streaming. Os três episódios restantes serão lançados semanalmentes na HBO Max.
O documetário ainda traz depoimentos de Glória Perez, mãe da artista,Raul Gazolla, viúvo de Daniella, Maurício Mattar, Claudia Raia, Fábio Assunção, Cristiana Oliveira e Eri Johnson, e a jornalista Glória Maria.
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