Sim, "Barbie", estrelado por Margot Robbie ("O Esquadrão Suicida"), é realmente tudo isso; CineBuzz já viu - Divulgação/Warner Bros. Pictures
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Sim, "Barbie" é realmente tudo isso | #CineBuzzIndica

Com Margot Robbie ("O Esquadrão Suicida") no papel princial, longa chega aos cinemas na quinta-feira (20)

Henrique Nascimento | @hc_nascimento - Publicado em 18/07/2023, às 20h00 - Atualizado em 20/07/2023, às 19h00

Até pouco tempo atrás, "Barbie" mal tinha uma história, mas já era considerado o "filme do ano". O que sabíamos é que a produção seria estrelada por Margot Robbie ("O Esquadrão Suicida"), acompanhada por Ryan Gosling ("Drive") e um elenco repleto de rostos conhecidos, e com Greta Gerwig ("Adoráveis Mulheres") no roteiro e na direção.

Aparentemente, a combinação foi boa o suficiente para elevar as expectivas das pessoas às alturas. Cada nova foto, trailer ou, bom, literalmente qualquer coisa sobre o longa já era motivo para euforia. E, agora, com o filme estreando nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (20), a pergunta que fica é: "Barbie" é realmente tudo isso?

O que acontece em "Barbie"?

Na história, a boneca mais famosa do mundo vive em um mundo perfeito, a Barbielândia, onde as Barbies se regojizam com o seu feito no mundo: o de empoderar mulheres no Mundo Real para serem médicas, advogadas, cientistas, astronautas, presidentes e, essencialmente, o que quer que elas queiram ser.

Enquanto isso, os Kens, vividos não só por Ryan Gosling, mas também por Simu Liu ("Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis"), Kingsley Ben-Adir ("Invasão Secreta"), Scott Evans ("Grace & Frankie") e Ncuti Gatwa ("Doctor Who"), transitam pela Barbielândia em busca de seu grande objetivo, que é conquistar a atenção das Barbies, na pele de Margot Robbie, além de Issa Rae ("Insecure"), Emma Mackey ("Sex Education"), Hari Nef ("The Idol") e Alexandra Shipp ("Tick, tick... BOOM!").

Porém, toda essa perfeição começa a desmoronar quando a Barbie Esteriotipada, a Barbie de Robbie, começa a ter pensamentos sobre a morte. No dia seguinte, ela acorda com mau hálito, sofre ao tomar um banho frio, tem um café da manhã indigesto com torrada queimada e leite azedo, cai do telhado ao tentar sair de sua Casa dos Sonhos e, para coroar a situação, descobre que não consegue mais ficar na ponta dos pés.

Para resolver o problema, Barbie precisa viajar até o Mundo Real e entender o que está acontecendo. Com Ken em sua cola, ela deixa Barbielândia apenas para descobrir que o mundo pós-Barbie não é tão perfeito quanto ela sempre achou e, na verdade, ele é comandado por homens tão medíocres quanto Ken, o que acaba empoderando o boneco, que decide implantar o patriarcado na Barbielândia e tomá-la para si.

"Barbie" é realmente tudo isso?

Sim, "Barbie" é realmente tudo isso. O longa aborda o papel da mulher na sociedade, a luta contra o patriarcado e a desigualdade de gênero, entre outros assuntos atuais e pertinentes, mostrando que de bobo ele não tem nada. No entanto, não espere uma abordagem inédita e revolucionária, porque ela não existe. Acima de tudo, "Barbie" é feito para divertir e não educar os espectadores.

Ainda assim, o roteiro de Gerwig, em colaboração com o marido da diretora, o cineasta Noah Baumbach ("A Lula e a Baleia", "Ruído Branco"), consegue nos fazer sentir o peso de ser uma mulher em um mundo patriarcal - especialmente através da personagem de America Ferrera ("Ugly Betty"), que tem mais importância à história do que os trailers fizeram parecer -, o que adiciona uma carga dramática ao longa e o torna mais profundo, substituindo a diversão pela emoção em uma dança bem coordenada.

"Barbie" ainda faz um bom trabalho em garantir a imersão do espectador na Barbielândia, em cenas lúdicas e quase irreais, como uma brincadeira sem limites para a imaginação de uma criança, graças a uma produção de arte cuidadosa e a atenção aos detalhes do que seria brincar com Barbies, evidenciado logo no início, quando a narradora (Helen Mirren, "A Rainha") diz que nenhuma boneca anda até o seu carro, por exemplo, mas flutua até ele, ajudada pelas mãos de uma criança.

Margot Robbie, no papel da Barbie principal, se junta a essa mistura como a encarnação perfeita da Barbie. Inicialmente, ela apenas parece não ter muito na cabeça, mas logo descobrimos que ela é, na verdade, bastante inteligente, assim como ingênua, bondosa, amigável, firme e decidida não só sobre o que quer, mas também sobre o que precisa fazer para ajudar os outros.

E, quando ela "quebra", é doloroso vê-la sofrendo, porque apesar de ser a Barbie Esteriotipada - loira, magra e com uma beleza exuberante, o contrário de tudo o que se espera em um mundo com mais diversidade -, nós já estamos apaixonados por seu bom coração e suas intenções genuínas.

Além de Robbie, o seu colega de cena, Ryan Gosling, cria um Ken quase melancólico, cujo único objetivo é ter a sua admiração por Barbie retribuída. Mesmo quando ele viaja para o Mundo Real, descobre o patriarcado e decide instaurar o "regime" na Barbielândia, isso não o transforma em um vilão, porque fica claro que, tudo aquilo, na verdade é uma forma de chamar a atenção de Barbie e, quem sabe, conseguir o que quer.

Por fim, vale destacar também as atuações de Simu Liu, Issa Rae, Sharon Rooney ("My Mad Fat Diary"), Kate McKinnon ("Saturday Night Live"), Michael Cera ("Scott Pilgrim Contra o Mundo"), que brilham mesmo com participações reduzidas, e, é claro, America Ferrera, que tem um monólogo poderoso em uma cena decisiva do longa e acaba roubando a cena em momentos-chave da produção.

"Barbie" é um daqueles casos raros em que tudo simplesmente funciona muito bem. É uma divertidíssima comédia, típico blockbuster, mas também é cheia de razão e, especialmente, coração. É realmente o filme do ano. E você não vai querer perder.

 


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