“Órfã 2: A Origem” exige boa vontade do espectador em história feita para Isabelle Fuhrman brilhar - Divulgação/Diamond Films
CRÍTICA

“Órfã 2: A Origem” exige boa vontade do espectador em história feita para Isabelle Fuhrman brilhar | Crítica

Sequência de "A Órfã", de 2009", chega aos cinemas nesta quinta-feira (15)

ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 14/09/2022, às 12h30 - Atualizado em 15/09/2022, às 12h30

Posso estar enganado, mas uma das primeiras produções da cultura pop a apresentar a ideia de prequel - ou prequela, prelúdio, história de origem, chame como quiser - foi “Star Wars”, em 1999, quando George Lucas resolveu contar ao mundo a história de como Anakin Skywalker se tornou Darth Vader, um dos maiores vilões do cinema.

De lá pra cá, o cinema ganhou muitos filmes assim, a grande maioria deles nascendo por motivações orçamentárias: foi bem de bilheteria e a história não tem mais para onde avançar? Basta voltar no tempo e mostrar o que aconteceu antes. A liberdade é até maior. É o que acontece em “Órfã 2: A Origem”, do diretor William Brent Bell (“Boneco do Mal 2”).

Ele continua - peraí, continua não - ele volta dois anos para contar a origem de Esther (Isabelle Fuhrman), personagem que nos fora apresentada em “A Órfã”, de 2009, longa dirigido por Jaume Collet-Serra (do vindouro “Adão Negro”) e que teve um bom retorno de bilheterias na época de seu lançamento, virando uma fita queridinha entre os fãs do gênero. Ou seja, não dava para desperdiçar a personagem assim.

Só que, se em 2009 Fuhrman tinha 12 anos e interpretava uma garotinha de 9, passados 13 anos, agora a adulta Fuhrman, com 25 anos, interpreta uma criança que deveria aparentar 7! A disparidade entre as idades reflete no conceito de “Órfã 2: A Origem”. Brent Bell tem que se virar com planos que buscam ao máximo evitar colocar Esther tão próxima aos adultos, e quando isso acontece, os atores sempre são filmados da cintura para cima. Apesar disso e do trabalho de maquiagem, a tentativa de disfarce é evidente e incomoda em várias cenas. 

No entanto, não faltou coragem para a dupla de roteiristas David Leslie Johnson-McGoldrick e Alex Mace, os mesmos do filme anterior, que nesta sequência ganham a companhia de David Coggeshall. O público já conhece Esther e sabe do que ela é capaz, então, o que apresentar de novidade? Bem, há uma reviravolta na metade do longa que surpreende. Você pode questionar algumas decisões anteriores e o que se desenrola a seguir, mas a tentativa de ousar merece reconhecimento.

Essa reviravolta vem mesmo como uma virada de chave em muitos aspectos. A própria fotografia, assinada por Karim Hussain (do bom “Possessor”), muda de uma hora pra outra. Os personagens seguem na mesma toada, saindo de um fingimento que não podíamos perceber e partindo para um estado de cinismo e psicopatia quase que generalizado.

O que chega a ser divertido, pois a trama ganha uma camada extra de drama familiar que não serve para absolutamente nada, a não ser dar mais munição para Esther. É como se o diretor pedisse nossa torcida pela vilã. E Fuhrman brilha nesse sentido, provando que a atriz defende sua personagem e o projeto com personalidade. É como se ela sozinha justificasse a existência da prequel - e existem boatos de que um terceiro filme pode acontecer.

Só que se Fuhrman carrega o filme mesmo entre trancos e barrancos, Brent Bell vai perdendo a mão da história ao exigir que o espectador compre uma proposta repleta de momentos absurdos, previsíveis e risíveis. A investigação da polícia é das mais patéticas já vistas, e Esther vai se livrando de situações genéricas, as quais o espectador consegue antever sem se esforçar muito, finalizando este “Órfã 2: A Origem” como um filme que parece existir apenas para mostrar o talento de Fuhrman em interpretar uma personagem bem mais nova do que ela.


Com muitos lançamentos vindo ainda em 2022, qual você está mais ansioso(a) para assistir? Vote no seu favorito!

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