"Blonde": O que é fato e o que é ficção no filme da Netflix? - Divulgação/Netflix
FATO OU FICÇÃO?

"Blonde": O que é fato e o que é ficção no filme da Netflix sobre Marilyn Monroe?

"Blonde" tem gerado polêmica devido à visão do diretor Andrew Dominik

ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 05/10/2022, às 09h47

Desde sua estreia na Netflix, "Blonde" tem gerado polêmica entre os espectadores devido à visão do diretor Andrew Dominik. Muitos defendem que o filme fetichiza e sexualiza a Marilyn Monroe vivida por Ana de Armas, e que a visão supostamente feminista, na verdade, é misógina.

Como o filme é baseado no livro homônimo de Joyce Carol Oates, e é uma especulação da vida de Norma Jeane Mortenson, nós de CineBuzz decidimos esclarecer o que é fato e o que é ficção no longa. Confira a seguir:

 

Marilyn Monroe realmente não conheceu o pai e cresceu em lares adotivos e orfanatos, pois sua mãe Gladys, diagnosticada com esquizofrenia, vivia entre hospitais psiquiátricos.

Rumores diziam que Marilyn acreditava que seu pai era o astro Clark Gable, de "…E O Vento Levou", a mãe dela trabalhou nos bastidores da indústria cinematográfica e poderia ter cruzado com o caminho de alguns astros.

Recentemente, uma investigação com teste de DNA revelou que o pai da atriz seria Charles Stanley Gifford, que trabalhou com a mãe de Marilyn em Hollywood.

 

Aqui, a imprecisão impera. Não há registros de que Gladys tenha tentado afogar Marilyn na banheira. No entanto, Arthur Miller, terceiro marido de Marilyn, afirmou em entrevista à BBC em 1968, que Gladys teria tentado matar a filha em três ocasiões.

Existem ainda registros de que uma tentativa de assassinato teria partido de Della, a avó de Marilyn, que tentou sufocá-la com o travesseiro em certa ocasião.

 

Não há nenhum registro de que Marilyn tenha vivido um relacionamento a três com Charles Chaplin Jr. e Edward G. Robinson Jr., com quem trabalhou em "Quanto Mais Quente Melhor".

Porém, Marilyn teve um breve romance com Chaplin Jr.. Segundo rumores, ela o traiu com o irmão do ator, o que colocou um fim ao relacionamento.

 

De fato, Marilyn viveu em um casamento abusivo com o jogador de beisebol Joe DiMaggio, que abusou fisicamente da atriz diversas vezes, uma delas, após a cena icônica em que o vestido de Marilyn voa sobre a grade do metrô, e que pôs fim ao casamento que durou nove meses.

 

Iremos classificar como ficção, pois não há nenhuma evidência de que Marilyn teria abortado, e o filme mostra que a atriz passou por três momentos assim:

O primeiro deles veio como fruto do relacionamento com Chaplin Jr. e Robinson Jr, após imposição do estúdio. O segundo aconteceu devido a um acidente doméstico, fruto do casamento da atriz com o dramaturgo Arthur Miller. Sabe-se apenas que Marilyn perdeu, ao menos, dois filhos com Arthur Miller, mas não como o filme mostra - após ter tropeçado na praia - o que teria desgastado o relacionamento.

No terceiro, Marilyn é levada por agentes americanos ao hospital para interromper uma gravidez fruto do caso com o presidente J.F. Kennedy, mas não existem registros do ocorrido.

O tema é tabu até os dias atuais, e sabemos que não era incomum que as atrizes da época abortassem por imposição dos estúdios - a exemplo de Judy Garland e tantas outras.

 

Há rumores de que Marilyn e John F. Kennedy tenham vivido um relacionamento amoroso, após a performance dela no aniversário dele em 1962, mas nada além disso.

Ralph Roberts, amigo de Marilyn, confidenciou que houve um encontro casual entre os dois, na biografia de Donald Spoto. O biógrafo James Spada também afirma que houve um relacionamento da atriz com JFK e Bobby Kennedy, seu irmão.

No entanto, não há registros do abuso que o filme mostra.

 

SOBRE "BLONDE"

A obra é baseada no livro homônimo escrito por Joyce Carol Oates, e é uma especulação da vida de Norma Jeane Mortenson (Ana de Armas) até se tornar uma sex symbol, atriz e modelo Marylin Monroe, na década de 1950 e 60. Uma história reimaginada da vida privada da estrela.

O filme é um retrato fictício da vida dela, contado através das lentes modernas da cultura das celebridades. Oates disse que viu um corte e chamou o longa de “surpreendente, brilhante” e “muito perturbador”. Dizendo que é “uma interpretação totalmente feminista”.

Para completar o elenco da cinebiografia, juntaram-se ao lado de Ana de ArmasBobby Cannavale como Joe DiMaggio, o segundo marido da atriz; Xavier Samuel, como Charlie Chaplin Jr.Evan Williams como Edward G. Robinson; e Adrien Brody, no papel de Arthur Miller, terceiro e último marido da estrela. Sara Paxton ("Aquamarine") completa o elenco como a Sra. Flynn, a governanta da casa de Marilyn e responsável por encontrar seu corpo quase sem vida no quarto.

Após um adiamento, "Blonde" chegou ao catálogo da Netflix no dia 28 de setembro.

 


Com muitos lançamentos vindo ainda em 2022, qual você está mais ansioso(a) para assistir? Vote no seu favorito!


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Netflix Blonde Ana de Armas

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