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Com "Assassinos da Lua das Flores", Scorsese prova que tempo não importa para um ótimo contador de histórias | #CineBuzzIndica

Filme retrata período de assassinatos por ganância na tribo indígena Osage, em Oklahoma, nos Estados Unidos

Henrique Nascimento | @hc_nascimento - Publicado em 19/10/2023, às 19h00

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Com "Assassinos da Lua das Flores", Martin Scorsese prova que tempo não importa para um ótimo contador de histórias; leia a crítica - Divulgação/Paramount Pictures
Com "Assassinos da Lua das Flores", Martin Scorsese prova que tempo não importa para um ótimo contador de histórias; leia a crítica - Divulgação/Paramount Pictures

Quatro anos após o lançamento de "O Irlandês", seu longa-metragem mais recente, Martin Scorsese está de volta aos cinemas a partir desta quinta-feira, dia 19 de outubro, com "Assassinos da Lua das Flores" ("Killers of the Flower Moon").

Baseado no livro Assassinos da Lua das Flores: Petróleo, morte e a origem do FBI, de David Grann, o longa é ambientado em Oklahoma, nos Estados Unidos, nos anos 1920, e retrata o assassinato em série de membros da tribo indígena Osage em meio à busca por petróleo na região em que eles habitavam.

Nesse período, que ficou conhecido como Reino do Terror, conhecemos Ernest Burkhart (DiCaprio), que se muda para o Osage County para viver e trabalhar com o seu tio, William Hale (Robert De Niro), mais conhecido como Bill ou Rei.

Ele arruma um emprego como motorista e logo se apaixona por uma de suas clientes, Mollie Kyle (Lily Gladstone), membro de uma das famílias mais ricas da tribo Osage, mas que rapidamente começa a ser desmantelada pelos terríveis assassinatos, que a assombram cada dia mais com a possibilidade de ser a próxima vítima.

Ernest, então, se vê dividido entre o amor que sente por Mollie, com quem acaba se casando e formando uma família, e a fidelidade ao tio, um homem aparentemente bom e aliado aos Osage e à sua luta, mas que não se importa com quem precisa derrubar para se tornar cada vez mais rico e poderoso.

Antes mesmo da estreia de Assassinos da Lua das Flores, houve uma discussão acalorada nas redes sociais sobre a duração do longa. A partir de uma piada mal interpretada de que, agora, Martin Scorsese só fazia minisséries, por conta de produções extensas em que trabalhou nos últimos anos, como O Lobo de Wall Street (2013) e O Irlandês (2019), o X, ex-Twitter, entrou em guerra por algumas horas até os ânimos se acalmarem ou os usuários da plataforma migrarem para outra discussão.

O cineasta já dirigiu filmes de 3h, 2h30, 2h e 1h30, dirigiu episódios de séries, o icônico videoclipe de Bad, de Michael Jackson, e - pasmem - até curtas-metragens. Mas o problema está na duração das produções de um cineasta do calibre de Scorsese, um dos diretores mais respeitados do cinema, ou na falta de paciência de quem está se acostumando a consumir mais e aproveitar menos?

Com Assassinos da Lua das FloresScorsese prova que o tempo para contar uma história é bem menos relevante do que saber contar uma história - e é com tranquilidade que ele parece contar a de seu novo filme, criando um misto de drama, suspense, romance e até humor em um enredo que faz o espectador pedir por mais, só porque é muito bom assistir a uma história contada por ele.

Se o cineasta precisasse encurtar o filme, ele certamente o faria com maestria. Se precisasse alongar, também. Mas Scorsese toma apenas o tempo necessário para contar a história de Assassinos da Lua das Flores, que é cheia de dualidades, representada na figura de Ernest Burkhart, um homem preso em sua própria inocência, que não é tão bom e tampouco tão ruim, que ama, mas não conhece o valor de amar tão bem quanto conhece o valor do dinheiro.

Assassinos da Lua das Flores retrata um episódio triste, é verdade, mas foge de ser um documentário sobre o Reino do Terror para nos dar a possibilidade de observar e sentir o que quer que possamos sentir enquanto digerimos a história. É como uma novela, em que cada nova ação de seus personagens, sejam mocinhos ou vilões, despertam novos sentimentos e vão dando um nó na cabeça até que, ao final de toda a história, possamos dar o veredito sobre cada um deles. 

As habilidades refinadas de Scorsese, no auge de seus 80 anos, servem como uma lembrança de que - em um tempo em que as pessoas têm cada vez menos paciência para manter os seus celulares dentro do bolso e as novas produções tendem a se adaptar a essa forma de "consumo" - o cinema continua sendo uma das experiências mais empolgantes da vida. Não há necessidade de pegar em armas para defender o cineasta em uma "guerra virtual" sem sentido. Basta se desligar do celular por algumas horas, correr para o cinema e deixar o trabalho falar por si só. Garanto, a experiência é recompensadora.

Leia o texto original publicado em Rolling Stone Brasil, parceiro de CineBuzz, clicando aqui!


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