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Aterrorizante, “O Telefone Preto” é conto sobrenatural com DNA de Stephen King | #CineBuzzIndica

Longa estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (21)

Angelo Cordeiro | @angelocinefilo Publicado em 21/07/2022, às 15h30

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Aterrorizante, “O Telefone Preto” é conto sobrenatural com DNA de Stephen King - Divulgação
Aterrorizante, “O Telefone Preto” é conto sobrenatural com DNA de Stephen King - Divulgação

Instigar o espectador é premissa básica para uma boa sessão de cinema. O boca a boca pode impulsionar ou detonar filmes. As recomendações, dependendo de quem vêm, são valiosas. E quando alguém como Stephen King elogia um filme e o define como “um ‘Conta Comigo’ no inferno”, fica difícil não criar expectativas.

Antes da sessão de cabine de imprensa de “O Telefone Preto”, um colega falou “olha, esse filme é baseado em um conto do Joe Hill, filho do Stephen King”. Eu desconhecia a informação mas, ao tomar conhecimento dela, o elogio de King ao filme fez total sentido. Apesar da suspeita das palavras de um pai ao ver a história de seu filho ganhando uma adaptação cinematográfica, pude comprovar que King foi genuíno, ou melhor, concordo com ele!.

“O Telefone Preto” tem um grande desafio pela frente, já que chega às salas de cinema algumas semanas após as crianças de “Stranger Things” enfrentarem um inimigo poderoso no Mundo Invertido no final da 4ª temporada. Lançar uma obra protagonizada por crianças que se passa no final da década de 70 pode parecer oportunista, e dependendo, até ser visto como uma trama saturada. Não é o caso aqui.

O novo filme de Scott Derrickson, diretor do primeiro “Doutor Estranho”, e dos filmes de terror “A Entidade” e “O Exorcismo de Emily Rose”, tem um grande trunfo: o material fonte. É perceptível como Joe Hill se inspira - ou herda - aspectos do pai. Há todo um drama familiar instaurado na casa da família Shaw, composta pelo tímido rapaz Finney Shaw (Mason Thames) de 13 anos, sua irmã Gwen (Madeleine McGraw ótima) e o pai (Jeremy Davies), que nos remete aos traumáticos eventos das crianças de “It - A Coisa”.

Derrickson investe boa parte dos primeiros minutos para nos envolver no dia a dia daquela casa, da escola e dos subúrbios de Denver. Lá, uma lenda atormenta as crianças: o Sequestrador. Um homem que se diz mágico e que vaga por aí em uma van preta sequestrando crianças. O personagem vivido por Ethan Hawke (mesmo sem quase mostrar a cara está bem melhor do que em “Cavaleiro da Lua”) ganha contornos de lenda urbana e, quando é revelado, não perde quaisquer de suas capacidades de nos aterrorizar.

O que poderia se tornar uma história de caça ao assassino, na verdade, assume tons sobrenaturais - um DNA de Stephen King - o que dá a “O Telefone Preto” algo que falta em filmes de terror contemporâneos: o terror é real, a salvação vem de outro mundo. Muitos reclamaram que “Stranger Things” poupou os protagonistas - algo “criticado” pela própria Millie Bobby Brown. Esqueça isso aqui. Derrickson coloca crianças se esmurrando, falando palavrão e mortas das formais mais chocantes e cruéis.

A suavidade passa longe e justifica a classificação indicativa de 16 anos. É terror sem medo de incomodar, o que faz com que nos importemos com os personagens. Os jumpscares não são abandonados e comparo o trabalho de Derrickson ao de Mike Flanagan em séries como “A Maldição da Residência Hill” e “A Maldição da Mansão Bly”, o susto vem como complemento, nunca como muleta.

Derrickson nos envolve com os personagens e (n)os ambienta em uma atmosfera tão claustrofóbica que, consequentemente, ficamos angustiados e imersos e o susto chega para gelar a espinha. As passagens no porão do Sequestrador são daquelas que serão comentadas por muitos fãs de terror quando o assunto for os filmes do gênero mais recentes.

Ao final, “O Telefone Preto” é daquelas sessões que não irá reinventar o horror - e nem se propõe a isso -, mas é exatamente ao explorar tão bem os velhos clichês - muitas vezes vistos em adaptações de Stephen King - que o filme ganha sua importância, graças também a uma execução certeira de Derrickson e a uma história densa e pesada que não se preocupa em poupar seus personagens. O fã de terror agradece.


E lá se foi metade do ano... Até agora, qual foi o melhor filme de 2022?

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