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"Paloma" abraça o sonho de personagem trans em história que não se esquece da realidade cruel | #CineBuzzIndica

Longa do diretor Marcelo Gomes chega aos cinemas a partir desta quinta-feira (10)

ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 10/11/2022, às 17h45 - Atualizado às 18h00

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"Paloma" abraça o sonho de personagem trans em história que não se esquece da realidade cruel - Divulgação/Pandora Filmes
"Paloma" abraça o sonho de personagem trans em história que não se esquece da realidade cruel - Divulgação/Pandora Filmes

“Paloma” poderia ser um conto clássico da Disney: uma mulher quer se casar, apesar de todas as adversidades. No entanto, o novo filme do diretor Marcelo Gomes (“Cinema, Aspirinas e Urubus”) não possui uma bruxa malvada que tentará impedir a protagonista de realizar seu sonho, a vilania fica a cargo da realidade na qual a personagem de Kika Sena está inserida: uma sociedade transfóbica, machista e misógina.

O filme parte de uma história real, lida por Marcelo Gomes em um jornal, e nos apresenta Paloma, uma mulher trans que trabalha como agricultora no sertão de Pernambuco. Seu maior sonho é se casar na Igreja Católica com seu namorado Zé (Ridson Reis). Ambos vivem juntos e criam uma filha de 7 anos chamada Jenifer (Anita de Souza Macedo). Apesar de algumas recusas, ofensas, e o preconceito e o conservadorismo da pequena cidade onde mora, nada fará com que Paloma desista de seu sonho.

O cinema do diretor Marcelo Gomes sempre olhou para o romântico, o lúdico e o poético,  potencializando as relações humanas, e em “Paloma”, mais uma vez, o cineasta comove ao se valer dessa estrutura de conto de fadas. Paloma é ingênua e carinhosa, tal qual uma princesa da Disney, por isso, sua relevância poderá passar batida para muitos, podendo ser equivocadamente classificada como “uma história que só difere de outras porque a protagonista é uma mulher trans”. Ora, e isso já não é motivo o suficiente para contá-la?

Lembro-me de “Uma Mulher Fantástica”, longa chileno do diretor Sebastián Lelio, consagrado como o vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional em 2018. À época, muitos atrelaram a vitória do filme ao fato de que este atendia à cartilha LGBT e que, por tal motivo, os votantes da Academia acharam louvável premiá-lo. Outros chegaram a comentar que, se mudada a protagonista - uma mulher trans -, “Uma Mulher Fantástica” seria apenas mais uma história comum entre tantas outras já contadas.

No entanto, essas pessoas se esquecem do poder do cinema. Além de seu óbvio arsenal imagético, a sétima arte funciona como registro político de uma época. Narrativas LGBTQIA+ como as de “Uma Mulher Fantástica” e “Paloma” têm se tornado cada vez mais comuns - e não por acaso. Há alguns anos, as personagens da sigla precisavam passar por um martírio para encontrar uma redenção - e muitos deles sequer a tinham - parecia que o cinema via o personagem queer como alguém que deveria apenas sofrer - e, em alguns casos, até morrer.

Embora o Brasil ainda seja o país que mais mata pessoas trans no mundo todo, “Paloma” é mais um exemplo de que lhes é permitido sonhar embora a realidade seja cruel para com eles. É como se Paloma fosse uma espécie de mártir que sai das folhas de um jornal e ganha as telas dos cinemas, assim, Marcelo Gomes propagada sua história para que ela ganhe o mundo e sirva de exemplo: sonhem.

Se o mundo já é cruel o bastante com tais personagens, o cinema pode servir de refúgio e, por mais ingênuo que isso seja, dada a realidade tão ameaçadora que vivemos - e o próprio filme faz questão de nos lembrar isso, em uma cena que acontece em um bar - “Paloma” está aí para provar que personagens trans podem ser tratadas com carinho e que seus sonhos também merecem ser valorizados.


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