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Cinema / ENTREVISTA

Brasileiras contam como foi a experiência de trabalhar em "Red: Crescer é uma Fera", animação da Disney

"Red: Crescer é Uma Fera" já está disponível no catálogo do Disney+

Thamyris Couto| @thamy_couto Publicado em 06/06/2022, às 10h10 - Atualizado às 11h10

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Brasileiras contam como foi a experiência de trabalhar em "Red: Crescer é uma Fera", animação da Disney - Divulgação/Pixar
Brasileiras contam como foi a experiência de trabalhar em "Red: Crescer é uma Fera", animação da Disney - Divulgação/Pixar

"Red: Crescer é Uma Fera" foi uma das grandes apostas da Disney e da Pixar para 2022, e funcionou, uma vez que a animação garantiu alta aprovação da crítica especializada e teve uma boa estreia no Disney+, onde segue disponível. Entretanto, ela se mostrou um pouco diferente do que o estúdio já havia apresentado anteriormente, a começar por retratar uma família asiática, ou melhor, sino-canadense.

A história apresenta Mei Lee, uma garota de 13 anos, que está dividida entre continuar sendo a filha zelosa de sua mãe e o caos da adolescência. Como se todas as mudanças que acontecem nesta fase não fossem o suficiente, incluindo a mudança de interesses, relacionamentos e no corpo, ela precisa lidar com suas fortes emoções para não se entregar a uma herança de família: se transformar em um gigante panda vermelho sempre que fica ansiosa ou estressada.

Assim como os outros filmes da Pixar, "Red: Crescer é Uma Fera" também tem uma mensagem a ser passada, além de discutir tópicos importantes, de forma que conquiste as crianças e emocione os adultos. E desta vez, o tema escolhido foi a pressão familiar e principalmente a ansiedade. Em meio a todo o caos dessa fase da vida, envolvendo as primeiras paixonites, amizades e as mudanças de interesses, a nossa protagonista está dividida entre continuar sendo a filha zelosa, que ama ajudar nos negócios da família revezando as atividades com a mãe, e começar a tomar decisões que a fará mais feliz.

Em conversa exclusiva com o CineBuzz, Raquel Bordin, da parte Editorial de Creative Film Services, e a animadora Priscila Vertamatti explicaram como foi os bastidores desta super produção, sobre realizar algo diferente do anterior e ainda deram mais alguns detalhes de como funciona a pré-produção de uma animação dos estúdios. 

E claro, não poderia começar de outra maneira se não falando como foi a experiência de trabalhar em uma animação da Disney/Pixar. "Eu sempre fui super fã do filme, até quando estava em storyboard, o fato de a equipe ser muita inspiradora. Realmente é um filme que eu sempre achei que faria sucesso", começou Priscila. E quanto a parte de animar os desenhos, ela revelou que foi sua favorita. "Foi super legal, o fato de termos personagens fofos e um estilo bem específico de anime, de focar nas poses de cada um. Foi muito legal mesmo a produção, mesmo sendo de casa", completou.

Comentando sobre outras animações do estúdio, como "Luca", Raquel disse que o trabalho com "Red" foi diferenciado dos demais, uma vez que já estava no estúdio de produção, o que a prorporcionou outra experiência, muito diferente do que fazer em casa. "É sempre muito gratificante fazer parte de projetos que todo mundo vai assistir, vai comentar, que vai ser tablóide em algum lugar. Sem preço", declarou.

  • Por onde começa a criação dos personagens, as características? Como fazem para eles se comportarem ao longo da história?

Priscila: "Na verdade tem muita gente que participa deste processo antes mesmo de chegar na parte de animar, de produzir, que foi o que eu fiz. A gente tem tanto a parte de evolução da história, que acaba definindo o personagem, animadores que fazem a pré-produção, artistas que fazem antes um estudo de cada personagem. Eu acho tudo isso muito inspirador, as pessoas que fazem os testes, é muito trabalho antes de chegar ao final", explicou. 

Raquel: "Como parte editorial do filme e no meio internacional, a gente toca o projeto quando ele já foi iniciado há um bom tempo. São anos antes de a gente tocar nele, de fato. Fazemos isso quando ele já começa a virar imagens, desenhos à mão, boards. Então o editorial começa a pegá-los quando é possível colocar um depois do outro, fazendo com que eles se animem pra gente conseguir entender a dinâmica desse filme. E então vamos começar a assisti-lo, sonorizar, criar um clima para ele. Questionar se estamos no caminho certo", contou a animadora.

Em seguida, ela informou que feito isso, os moldes são locadas e enviados para uma outra equipe de modulação, layout, que são os responsáveis para concluir o longa. "É um processo bem demorado, e quando está quase finalizado vem para o meu departamento. Eu acho que um filme demora cerca de cinco anos, da criação [boards] até seu lançamento. Eu fico em média um ano", concluiu.

  • Visto que a família principal é asiática, como fizeram para a tratar o mais fiel possível às suas origens uma cultura que não é nossa?

Raquel começou dizendo que tudo começa pela diretora, Domee Shi, que é de origem chinesa, portanto já traz uma bagagem cultural consigo para produzir este tipo de longa-metragem. "Não é apenas a história de uma família asiática, é o anime também que é desta cultura, o mangá. Ela sempre foi muito envolvida com isso. Eu acho que ela já traz isso, e é muito do seu trabalho passar para frente [outras pessoas que trabalham no filme]", explicou fazendo referência a outros projetos de Shi e a sua relação com a própria mãe retratada em outros de seus trabalhos. Raquel também mencionou produtores e criadores como peças-chave para direcionarem o restante da equipe.

Priscila completou: "Eu concordo com a Raquel. Mesmo se você não acerta a primeira vez, o diretor está ali para direcionar. Quanto a isto, a gente faz o primeiro passo e mostra para os supervisores, modelando o trabalho a partir do feedback deles e do layout que foi trazido por nós, até chegar no processo final que é para o filme".

Por fim, Raquel tratou sobre a diversidade que "Red: Crescer é Uma Fera" traz. "Eu acho que é importante a gente trabalhar com algo que nunca fizemos antes, com personagens que a gente nunca fez antes e com culturas que nunca tocamos. Então eu espero que isso continue", pontuou.

"Red: Crescer é Uma Fera" segue disponível no catálogo do Disney+. Confira a crítica completa do CineBuzz clicando aqui!


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